COMPREENDENDO A INFÂNCIA PARA MELHOR EDUCAR
Terça, 15 de de 2016 19:15

O conceito de infância que possuímos hoje foi algo construído ao longo dos séculos. A priori, a duração da infância era reduzida a um curto período em que a criança ainda não tinha adquirido um certo desembaraço físico, a partir dos primeiros sinais de independência o infante já era logo misturado aos adultos, participando com eles dos seus trabalhos e jogos.
Deste modo, de pequena criança se transformava em jovem homem, sem passar pelas etapas que hoje são consideradas essenciais ao desenvolvimento infantil.Com o advento da burguesia e o surgimento dos ideais educativos, a partir dos séculos XVI e XVII ( e no Brasil ao final do séc. XIX) é que a criança ganha uma particularidade. Isso a transforma em alvo de especulação teórica e práticas específicas, produzindo-se sobre ela uma multiplicidade de saberes.Atualmente, atribui-se uma importância extrema a infância, a qual é considerada um período rico de desenvolvimento cognitivo, físico, psicológico e social. O mundo da criança é perpassado por diversas esferas, sendo as principais a família e a escola, onde constitui-se, respectivamente, seu processo de socialização primário e secundário, assim como, a aquisição da cultura, regras de convivência em sociedade, valores, crenças, entre outros.
Nesse contexto, a educação se caracteriza como a chave para a reconstrução do homem, sendo necessário ultrapassar os limites da teoria e utilizar-se do saber para a vida, para a práxis. O principal é que esta educação é entendida como natural e espontânea, dentro das potencialidades do ser humano, sendo o professor um facilitador desse processo de experienciar. A criança é vista, mais do que nunca, como uma das grandes chaves do progresso, pilares para a construção de um futuro diferenciado.É diante da compreensão da infância como uma fase ímpar do desenvolvimento humano, que os profissionais da educação – pedagogos, professores, psicólogos, educadores, entre outros – se pautam para guiar sua prática, a qual deve focar a ação, propiciar o surgimento de novas potencialidades, mais respeitosas à integralidade do humano, analisando a realidade de forma mais sistêmica e menos pontual, verificando que todos os problemas podem ser resolvidos a partir de diferentes visões e saberes, pois não existe uma realidade pronta e verdadeira, mas sim sua contínua construção e desconstrução.
A educação não se reduz aos conteúdos expostos em sala de aula, é, antes de tudo, uma forma de conceber o ser humano e o seu desenvolvimento, para assim propiciar o crescimento a partir das potencialidades de cada indivíduo. A singularidade de cada criança se junta ao plural do grupo objetivando a transformação de algo maior, por isto o foco deve ser sempre “educar para a vida”, educar com valores.Diante de tais prerrogativas, família e escola se dividem nas responsabilidades de educação e socialização da criança, para tanto a necessidade de possuírem uma boa comunicação em prol de que o trabalho conjunto possa ser efetivo, resultando no desenvolvimento amplo e saudável de seu bem comum, a criança.